Crítica by Raphael Ritchie: ¨Invocação do Mal 4: O Último Ritual não é só mais um capítulo da franquia.
Ele carrega o peso de encerrar uma saga que, por mais que tenha oscilado nos últimos anos, ajudou a redefinir o terror popular moderno.
E talvez por isso mesmo, o filme se incline menos para o susto fácil e mais para a emoção contida.
A primeira metade é praticamente um tributo aos Warren. Recheada de flashbacks, referências a casos antigos e menções a figuras conhecidas do universo, a trama demora para decolar.
E quando finalmente entra no caso da família Smurl, já se passou tempo demais.
A experiência pode soar arrastada, especialmente para quem veio esperando exorcismos e possessões em ritmo acelerado.
Mas existe aqui um esforço visível de encerrar tudo com alguma dignidade. Pela primeira vez, o filme dá espaço real para a filha dos Warren, que ganha mais profundidade ao lado do namorado.
O casal aparece com uma naturalidade que parece até uma preparação para herdar esse universo. Pode não ser uma substituição imediata, mas é uma semente plantada com certo cuidado, como quem testa se o público aceitaria um novo ciclo de histórias.
O clima de “última missão” existe, mas não assusta tanto quanto promete. Há pontas soltas, algumas cenas de tensão bem construídas e outras que parecem requentadas.
Em certos momentos, a sensação é de déjà-vu, como se o universo Invocação do Mal estivesse girando em círculos, tentando repetir fórmulas que já não impactam como antes.
Ainda assim, há uma tentativa de fechamento, e isso já é mais do que muitas franquias se preocupam em fazer.
Talvez o ponto mais curioso seja a forma como o filme troca o medo pelo afeto. No lugar do puro terror, entra o legado.
No lugar do susto, entra a memória.
O foco muda de entidades demoníacas para vínculos humanos, como se dissesse que o verdadeiro “último ritual” é a passagem do bastão.
Não só dentro da narrativa, mas também fora dela, com o público que cresceu acompanhando os Warren e agora precisa se despedir.
Invocação do Mal 4 tenta ser menos um filme de terror e mais um epílogo emocional para seus personagens centrais.
E nesse aspecto, até consegue. Mesmo que, como encerramento de franquia, ainda deixe uma frestinha aberta para quem quiser voltar e acender a vela de novo.
Vera Farmiga e Patrick Wilson estrelam ao lado de Mia Tomlinson e Ben Hardy, nos papéis de Judy Warren, filha de Ed e Lorraine, e seu namorado Tony Spera.
O elenco também conta com Steve Coulter, que retorna como Padre Gordon, além de Rebecca Calder, Elliot Cowan, Kíla Lord Cassidy, Beau Gadsdon, John Brotherton e Shannon Kook.
Michael Chaves dirige Invocação do Mal 4: O Último Ritual a partir do roteiro de Ian Goldberg & Richard Naing e David Leslie Johnson-McGoldrick, com argumento de David Leslie Johnson-McGoldrick & James Wan, baseado nos personagens criados por Chad Hayes & Carey W. Hayes.
Os produtores executivos são Michael Clear, Judson Scott, Natalia Safran, John Rickard, Hans Ritter e David Leslie Johnson-McGoldrick.
Em sua equipe criativa atrás das câmeras, Chaves conta com o diretor de fotografia Eli Born; o designer de produção John Frankish; os editores Elliot Greenberg e Gregory Plotkin; o supervisor de efeitos visuais Scott Edelstein; o produtor de efeitos visuais Eric Bruneau; o figurinista Graham Churchyard; Rose Wicksteed e Sophie Kingston-Smith, responsáveis pelo elenco; e o supervisor musical Ian Broucek. A trilha sonora foi composta por Benjamin Wallfisch.
A New Line Cinema apresenta uma produção da Safran Company/Atomic Monster, Invocação do Mal 4: O Último Ritual, que será lançado e distribuído mundialmente pela Warner Bros. Pictures nos cinemas e salas IMAX de todo mundo.
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