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CRÍTICA: "Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba Castelo Infinito"

 Crítica by Raphael Ritchie: ¨ Demon Slayer: Infinity Castle marca o começo do fim. É o primeiro capítulo da trilogia final que vai encerrar a jornada de Tanjiro e dos Hashira contra Muzan e os demônios superiores. 



Mas por mais que estreie com pompa de blockbuster e ambientação de tirar o fôlego, o filme ainda funciona muito mais como um episódio estendido do que como uma obra fechada. E isso tem seus prós… e muitos contras.

A estrutura é claramente episódica. Cada embate parece uma nova fase de videogame, com demônios surgindo em sequência e lutas coreografadas que não economizam em explosão visual. E nesse aspecto, o Castelo Infinito é o verdadeiro protagonista. 

A arquitetura viva, torta e desorientadora transforma o cenário num espetáculo à parte, algo entre sonho e pesadelo. É bonito, intenso, estilizado ao extremo. Mas exige um tipo de entrega emocional que nem todo espectador consegue fazer.

Quem chega agora, sem ter visto a série, dificilmente vai se situar. Não há esforço em contextualizar personagens, explicar regras ou conduzir o olhar de quem é novo nesse mundo. E mesmo pra quem já está imerso, a experiência é irregular. 

A tentativa de humanizar os vilões através de longos flashbacks até adiciona camadas, mas também fragmenta o ritmo. A gente entra e sai da ação o tempo todo, como se estivesse sendo empurrado por memórias que não pedimos. E aí, as quase duas horas e meia de duração começam a pesar.




Apesar disso, Infinity Castle ainda consegue provocar. Porque no fundo o que ele mostra, mesmo sem dizer, é como esse universo de Demon Slayer sempre foi, antes de tudo, sobre o trauma. Cada demônio carrega um passado quebrado. 

Cada herói luta com feridas que nunca cicatrizaram. E nessa espiral de dor e redenção, o tempo todo o anime nos lembra que a linha entre monstro e humano é frágil. Às vezes o que chamamos de mal é só uma tentativa desesperada de sobreviver ao abandono.

O problema é que essa complexidade emocional se perde quando o espetáculo grita mais alto que o silêncio. Quando a forma sufoca o conteúdo. E aí, por mais bonito que seja assistir a tudo isso na tela grande, fica a sensação de que estamos avançando sem saber pra onde exatamente. Como se estivéssemos presos, também, dentro de um castelo infinito¨.

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