CRÍTICA BY RAPHAEL RITCHIE: ¨Penélope e Luiza têm personalidades opostas, mas criam uma amizade intensa, marcada por afeto, cumplicidade e aquelas pequenas rivalidades que só existem entre quem se importa de verdade. Quando Penélope fica com o garoto por quem Luiza é apaixonada, a história não mergulha na dor da traição em si, mas usa esse acontecimento como um ponto de virada para seguir as duas em caminhos distintos. A narrativa, então, se desdobra em duas trajetórias separadas, revelando como o amadurecimento pode ser confuso, fragmentado e solitário.
O contraste entre as duas protagonistas se torna cada vez mais visível. Penélope é movida pela ambição artística, deseja ser atriz, busca intensidade e brilho. Luiza é mais pragmática, mais contida, e encara o mundo com uma sensibilidade que não cabe nas luzes do palco.
Essa divergência de sonhos e perspectivas afeta o vínculo entre elas de um jeito silencioso, mas irreversível, como se as escolhas que fazem fossem moldando também o espaço que existe entre uma e outra.
O filme se apoia nessa estrutura de transição: começa num cenário de juventude idealizada, entre exercícios de improviso e dilemas de estágio, e aos poucos caminha para um território mais incerto, onde a vida adulta se insinua com suas frustrações e responsabilidades.
Esse arco é eficiente para explorar o crescimento, ainda que de forma simplificada, e reforça o que parece ser o verdadeiro interesse do diretor Bruno Barreto, retratar um rito de passagem acessível, com uma linguagem leve, popular, voltada a um público jovem.
Essa escolha de tom ajuda na identificação imediata, mas limita a complexidade. A traição, por exemplo, surge mais como um recurso narrativo do que como uma ferida emocional.
Os conflitos são resolvidos com certa rapidez, os diálogos preferem a exposição direta à ambiguidade, e há momentos em que o drama soa exagerado demais para o que está sendo retratado. É como se o filme pedisse que o espectador aceite algumas convenções para conseguir embarcar na proposta.
Ainda assim, há algo de verdadeiro no modo como essas duas meninas se afastam. Porque crescer, às vezes, é justamente aceitar que o que parecia eterno pode mudar. Que certas conexões serviram para um momento específico, e que saber seguir adiante também é um gesto de afeto, mesmo quando parece abandono¨.
Uma das escritoras mais populares do Brasil, Thalita Rebouças já teve vários de seus livros adaptados para o cinema. As versões de Tudo por um Pop Star, Fala Sério, Mãe! e Uma Fada Veio Me Visitar repetiram o sucesso das obras originais entre o público jovem.
Mas o que nem todo mundo sabe é que o primeiro livro da autora nunca havia sido transformado em filme. Isso muda a partir de 11 de dezembro, quando Traição Entre Amigas, dirigido por Bruno Barreto, chega aos cinemas.







0 Comentários